5 de março de 2013

D'aquele tempo


A que saudades 
d'aquele tempo em que não conheci

O malandro lírico existia
de terno linho branco
perdia ou ganhava no preto 17.

Namoradeira, não era estátua de barro
e nós namorávamos 
timidamente com os olhos.

Cerveja bebida de boêmio
servida em bordéis 
onde se reuniam os seresteiros

Bordel... lugar de mulheres bonitas
lugar de música e dança
poetas, pintores, músicos e comunistas

Saudades... 

De sentar a beira do fogão a lenha
a galinha que desde cedo está a cozer, misturada a farinha da fazenda do compadre.

Reunião política era uma festa
Coroné lá da cidade de Goiás veio visitar e disse
- Democrático eu sou, mas se não me apóia o pau vai torá.

Saudades...
  Saudades daqueles tempos lúdicos
em que político falava bonito e nada se entendia...

Saudades daquele tempo que não vivi. 

05/03/2013

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